sexta-feira, 30 de julho de 2010

Não ter amigos faz mal a saúde

Um estudo publicado por cientistas norte americanos revelou que pessoas com vários amigos vivem mais do que pessoas que vivem isoladas socialmente.

O estudo publicado ontem na Revista Plos provou que o isolamento social faz muito mal à saúde, tanto como tabaco e álcool em excesso. Os cientistas perceberam o aumento do isolamento do mundo desenvolvido e concluíram depois da pesquisa com mais de 300.000 pessoas que as que tem mais relações sociais têm 50 por cento mais probabilidades de sobrevivência do que aqueles que têm poucos amigos.

Referência: Julianne Holt-Lunstad, Timothy B. Smith, J. Bradley Layton. Social Relationships and Mortality Risk: A Meta-analytic Review. Plos Medicine. July 2010. Volume 7. Issue 7

terça-feira, 27 de julho de 2010

Atividade física na escola: pratique esta idéia

As atividades físicas realizadas em ambiente escolar podem contribuir para uma vida ativa e trazer benefícios para a saúde das crianças.

Quem nunca viu aquela cena de crianças saindo da escola com o uniforme sujo, despenteadas, sorridentes e felizes? Pois, então, a escola é um território fundamental para a promoção de uma vida ativa. Mas será que o simples fato de participar das aulas de educação física garante que as crianças estejam cumprindo a frequência de atividade física recomendada pelos especialistas?

Segundo o professor Douglas Roque Andrade*, infelizmente esse não é um cenário animador. Ele conta que uma pesquisa recente feita pelo Ministério da Saúde apontou que a frequência semanal e o tempo de atividade física realizado durante a aula de 50 minutos é muito pequeno. “Os cinquenta minutos de aula são divididos entre o deslocamento até o local da aula, organização do material e explicação do professor”, explica.

Para Douglas, diretores, professores, funcionários e pais podem colaborar com pequenas mudanças para combater o sedentarismo. Uma sugestão muito interessante é estimular um intervalo (recreio) fisicamente ativo, com materiais disponíveis para brincadeiras como cordas, bolas, amarelinha pintada no chão e música ambiente.

“O movimento faz parte da nossa existência e é através dele que, com poucos meses de idade, começamos a explorar o mundo que nos rodeia. E se por acaso não pudermos nos movimentar, é sinal de que algo não vai bem”, explica o especialista. “A atividade física tem sido utilizada como estratégia para ajudar as crianças a construir e manter ossos e articulações mais fortes. Ela contribui também para o gerenciamento do peso, pressão arterial e sensação de bem-estar. Se o esporte for praticado em grupo, ele ensina habilidades como autodisciplina, trabalho em equipe e liderança, envolvendo questões sociais importantes”, ressalta.

E por que o estímulo a uma vida ativa é tão importante durante o processo de crescimento e desenvolvimento? Douglas ensina que crianças e adolescentes mais ativos tendem a ser adultos mais ativos. Entretanto, se forem sedentários, a chance de se tornarem adultos fisicamente ativos será mínima.

E já existe uma série de bons exemplos a serem seguidos com o objetivo de estimular a atividade física antes, durante e depois do período escolar. Em alguns países, as crianças contam com grupos organizados que garantem a segurança dos que optam por ir a pé até a escola. No Brasil, escolas como as da Diretoria de Ensino de Campinas Leste se envolvem em atividades nos parques da cidade.

Mas, lembre-se: os adultos devem dar o exemplo, já que as crianças costumam se espelhar nas atitudes dos pais e professores. Atividades simples como subir escadas e ir a pé até a padaria também valem. E então? Vamos praticar essa ideia?

*Douglas Roque Andrade é doutor em saúde pública pela Universidade de São Paulo e professor de educação física das universidades UNICSUL, UNIFMU e UNIESP

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tempo sentado x Mortalidade

Um estudo da Sociedade Americana do Câncer concluiu que o tempo que uma pessoa permanece sentada pode apressar sua morte. Pesquisadores estudaram um grupo de mais de 123 mil pessoas por mais de dez anos, todas sem histórico de câncer, derrame ou problemas cardíacos, e chegaram ao seguinte resultado: mulheres que afirmaram passar mais de seis horas sentadas por dia mostraram estar 37% mais propensas a morrer que aquelas que ficam sentadas por menos de três horas por dia.
O índice se manteve praticamente o mesmo entre homens e mulheres que praticavam atividades físicas. E entre este grupo, as chances de morte por problemas do coração se mostraram maiores do que por câncer.
Mas a falta de atividade física, ou seja, o fato de ser sedentário, aumenta ainda mais a relação com a morte. Mulheres e homens que ficam muito tempo sentado e são sedentários tiveram 94% e 48% mais chances, respectivamente, de morrer, comparado com aqueles que ficam sentados por menos tempo e mostraram-se mais ativos.
Para a pesquisadora Alpa Patel, autora do estudo, as descobertas servem de alerta à saúde pública sobre a necessidade de se promover a prática de atividades físicas e diminuir o sedentarismo.
Permanecer muito tempo sentado, independente de fazer atividade física, causa importantes consequências metabólicas que influenciam coisas tava de triglicérides, colesterol, pressão alta, sintomas típicos da obesidade, de problemas cardiovasculares e de doenças crônicas. As autoridades de saúde deveriam criar políticas para incentivar a prática de exercícios físicos.

Referência: “Leisure Time Spent Sitting in Relation to Total Mortality in a Prospective Cohort of US Adults.” Alpa V. Patel, Leslie Bernstein, Anusila Deka, Heather Spencer Feigelson, Peter T. Campbell, 5 Susan M. Gapstur, Graham A. Colditz, and Michael J. Thun. Am J Epid Published online July 22, 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quem fica muito tempo sentado tem mais chance de morrer, diz estudo

Um estudo da Sociedade Americana do Câncer concluiu que o tempo que uma pessoa permanece sentada pode apressar sua morte. Pesquisadores estudaram um grupo de mais de 123 mil pessoas por mais de dez anos, todas sem histórico de câncer, derrame ou problemas cardíacos, e chegaram ao seguinte resultado: mulheres que afirmaram passar mais de seis horas sentadas por dia mostraram estar 37% mais propensas a morrer que aquelas que ficam sentadas por menos de três horas por dia.
O índice se manteve praticamente o mesmo entre homens e mulheres que praticavam atividades físicas. E entre este grupo, as chances de morte por problemas do coração se mostraram maiores do que por câncer.
Mas a falta de atividade física, ou seja, o fato de ser sedentário, aumenta ainda mais a relação com a morte. Mulheres e homens que ficam muito tempo sentado e são sedentários tiveram 94% e 48% mais chances, respectivamente, de morrer, comparado com aqueles que ficam sentados por menos tempo e mostraram-se mais ativos.
Para a pesquisadora Alpa Patel, autora do estudo, as descobertas servem de alerta à saúde pública sobre a necessidade de se promover a prática de atividades físicas e diminuir o sedentarismo.
Permanecer muito tempo sentado, independente de fazer atividade física, causa importantes consequências metabólicas que influenciam coisas tava de triglicérides, colesterol, pressão alta, sintomas típicos da obesidade, de problemas cardiovasculares e de doenças crônicas. As autoridades de saúde deveriam criar políticas para incentivar a prática de exercícios físicos.

Artigo: “Leisure Time Spent Sitting in Relation to Total Mortality in a Prospective Cohort of US Adults.” Alpa V. Patel, Leslie Bernstein, Anusila Deka, Heather Spencer Feigelson, Peter T. Campbell, 5 Susan M. Gapstur, Graham A. Colditz, and Michael J. Thun. Am J Epid Published online July 22, 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mais exercício e menos remédio

Agência FAPESP – Um estudo verificou que mulheres acima de 60 anos que praticam 150 minutos por semana de atividades físicas moderadas, como caminhadas, consomem menos remédios em comparação às que não têm o mesmo hábito.

A conclusão é de Leonardo José da Silva, no trabalho de mestrado “Relação entre nível de atividade física, aptidão física e capacidade funcional em idosos usuários do programa de saúde da família”, realizado na Universidade Federal de São Paulo com Bolsa da FAPESP.

Silva acompanhou 271 mulheres com idade acima de 60 anos que participaram do Programa de Saúde da Família, organizado pela Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

As participantes que cumpriram um programa de exercícios variados de no mínimo 150 minutos semanais apresentaram consumo de medicamentos 34% menor em comparação às mais sedentárias.

“Esse tempo mínimo de exercícios de 2,5 horas semanais é preconizado pela American Heart Association e pelo American College of Sports Medicine”, disse Silva à Agência FAPESP. Com menos de 10 minutos semanais de atividade física o indivíduo é considerado sedentário e entre 10 minutos e 150 minutos de exercícios por semana ele é categorizado como insuficientemente ativo.

Os resultados do estudo de Silva foram apresentados em maio no 3th International Congress Physical Activity and Public Health realizado em Toronto, no Canadá.

Silva contou com uma parceria entre a Unifesp e o Centro de Estudos de Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs). Guiomar Silva Lopes, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp e orientadora de Silva, considera o programa oferecido pela cidade paulista aos idosos uma valiosa fonte de pesquisa. “Trata-se de uma população pequena e estável, o que facilita o acompanhamento dos participantes durante prazos mais longos”, disse.

As atividades físicas disponibilizadas incluem caminhadas, exercícios de aprimoramento de força muscular, equilíbrio, flexibilidade e capacidade aeróbica. Há também visitas domiciliares feitas por agentes de saúde, nas quais os idosos são incentivados a praticar atividades físicas frequentes, como ir ao mercado ou fazer um passeio a pé.

O consumo de remédios das participantes da pesquisa foi avaliado por meio do cadastro da Secretaria Municipal da Saúde de São Caetano do Sul. Na base de dados estão registradas informações relevantes sobre todos os participantes do Programa de Saúde da Família, incluindo os medicamentos consumidos regularmente.

Economia de medicamentos

Segundo Guiomar, os resultados do estudo poderão subsidiar políticas públicas que incentivem a atividade física visando à prevenção e controle das doenças crônicas associadas ao envelhecimento, reduzindo despesas com medicações e internações.

“Podemos perceber a importância desse estudo ao constatar que o idoso consome, no mínimo, cinco medicamentos associados a doenças ligadas ao envelhecimento”, disse a orientadora.

A relação causa e efeito entre atividade física e consumo de medicamentos ainda está sendo estudada. A redução dos níveis de pressão arterial proporcionada pela atividade física é uma das hipóteses levantadas pelo estudo de Silva, uma vez que a doença é uma das mais comuns entre a população idosa, estando presente em mais da metade das pessoas acima de 60 anos.

O diabetes, com prevalência de 25% entre idosos, é outra enfermidade afetada pelo nível de atividade física. “Há estudos indicando que exercícios respiratórios aumentam a sensibilidade do organismo à insulina”, comentou a professora da Unifesp.

Esse efeito é importante para as pessoas em cujos organismos a insulina não atua de maneira eficiente. “A resistência à insulina tem alta prevalência na população idosa e se caracteriza pela menor resposta à insulina, com aumento discreto da glicemia e da insulinemia. Estes fatores juntos contribuem para a obesidade e o aumento do risco de doenças cardiovasculares”, disse.

As mulheres são as que mais se beneficiam da prática de atividades físicas, no caso levantado em São Caetano do Sul. Guiomar conta que a pesquisa se restringiu ao público feminino porque ele representa a grande maioria dos participantes do programa.

A professora ressalta que não são completamente conhecidas as razões que levam a menor participação masculina nessas atividades. “Sabemos que a mulher tem expectativa de vida um pouco maior do que a do homem, aumentando a frequência de mulheres viúvas e sozinhas, porém esse fato não explica a absoluta ausência masculina”, disse.

Segundo Silva, o estudo destaca o fortalecimento da medicina preventiva, área que se encontra em crescimento e tem laços com a educação física. “A prescrição de medicamentos ainda é preponderante na prática médica. Podemos diminuir esse consumo de remédios com métodos de prevenção baratos e simples como a atividade física”, sugeriu.

Por Fabio Reynol

Fonte Agência FAPESP: http://www.agencia.fapesp.br/materia/12482/mais-exercicio-e-menos-remedio.htm

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Exercício físico na adolescência minimiza risco de problemas mentais na terceira idade

Os adolescentes fisicamente ativos apresentam riscos menores de sofrerem deteriorações mentais na terceira idade, sendo que este efeito do exercício físico é mais notável nas mulheres, revela um estudo publicado no Journal of the American Geriatrics Society.

Foram utilizados dados de 9344 mulheres com 65 anos ou mais, que foram questionadas sobre a regularidade da prática de exercício durante a sua adolescência, aos 30 e aos 50 anos. As suas funções cognitivas também foram avaliadas.
Segundo os resultados, aquelas que praticavam exercício com regularidade em qualquer idade, tiveram um risco menor de debilitações mentais, quando mais velhas. No entanto, os benefícios foram mais visíveis nas mulheres que eram ativas na adolescência.

Apenas 8,5 por cento das que eram ativas nessa época ficaram mentalmente debilitadas mais tarde, em comparação a 16,7 por cento daquelas que foram sedentárias na adolescência. Após ajustar as diferenças entre os grupos e fatores de risco como diabetes, os investigadores concluíram que a atividade física durante a adolescência estava associada a um risco 35 por cento menor de debilitação cognitiva mais tarde.

Artigo: Middleton L.E. et al, Physical Activity Over the Life Course and Its Association with Cognitive Performance and Impairment in Old Age. Journal of the American Geriatrics Society. 2010;58(7):1322-1326
Exercício Físico e Envelhecimento serão discutidos no
Curso de Envelhecimento
33º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte
São Paulo 07, 08 e 09 de Outubro de 2010.
Acesse: http://www.simposiocelafiscs.org.br/

domingo, 11 de julho de 2010

Longevidade Excepcional

De acordo com um artigo publicado esta semana na revista científica Science, os genes são a chave da longevidade excepcional, termo utilizado pelos pesquisadores em referência às pessoas que vivem mais de 100 anos e conservam com elas a boa saúde. Apesar de reconhecer a importância de fatores externos, como a prática de exercícios e o consumo de alimentos saudáveis, eles concluíram que algumas variantes genéticas são as responsáveis pela longa expectativa de vida.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores, liderados pela bioestatística Paola Sebastiani e pelo médico geriatra Thomas Perls, analisaram o mapa genético de mais de 2 mil pessoas, cujos dados foram armazenados pelo New England Centenarian Study, um projeto da Universidade de Boston que coleta informações sobre longevidade. No grupo dos centenários, foram estudados os genes de pessoas nascidas entre 1890 e 1910, que tinham de 95 anos a 119 anos. Desses, um terço tinha algum parente de primeiro grau que também era caracterizado pela longevidade excepcional. No grupo de controle, a análise concentrou-se sobre filhos de indivíduos que morreram antes de completar 80 anos.

Depois de se debruçar sobre o mapeamento dos genes dos dois grupos, os cientistas descobriram que 150 variantes genéticas são responsáveis pela vida centenária — o que não significa apenas ultrapassar a barreira de 100 anos, mas chegar lá com saúde. De acordo com o estudo, é possível prever com 77% de certeza se um indivíduo vai conseguir viver mais que um século.

Além disso, a equipe identificou 19 grupos de genes encontrados em 90% dos centenários que garantem a essas pessoas uma espécie de imunidade contra doenças associadas ao envelhecimento, como demência e hipertensão. Os cientistas também observaram que 45% dos centenários mais velhos — aqueles com mais de 110 anos — eram os que possuíam a maior proporção de variantes genéticas associadas à longevidade. “Essas ‘assinaturas genéticas’ são um novo avanço rumo à medicina preventiva. Um método analítico (o mapeamento genético) poderá prever e proteger contra numerosas doenças, assim como facilitar o desenvolvimento de medicamentos individualizados”, acredita Thomas Perls, fundador e diretor do New England Centenarian Study.

A pesquisa não se resumiu à busca dos genes relacionados à vida centenária, mas também procurou as variantes relacionadas ao surgimento de doenças. Com isso, os cientistas poderiam saber a real importância das variantes da longevidade — as pessoas talvez vivessem mais por ter menos predisposição a ficarem doentes. Para tanto, os pesquisadores analisaram quantas variantes associadas a doenças havia no mapa genético de cada centenário, e compararam com os genes dos indivíduos do grupo de controle. O resultado provou que há pouca diferença entre os dois grupos, o que sugere que as variantes da longevidade são mais importantes que as demais.

Isso sugere que prever o risco de um paciente desenvolver determinada doença utilizando como base apenas a predisposição genética para aquele mal pode levar a um resultado impreciso, pois seria importante cruzar os dados com outras variantes. De acordo com os autores, uma pessoa pode ter genes que favorecem, por exemplo, o aparecimento de uma doença degenerativa, como Parkinson. Porém, se as variantes da longevidade excepcional também estiverem presentes no organismo, o risco de que aquele mal se desenvolva seria bem menor do que o imaginado.

Artigo: Paola Sebastiani et al. Genetic Signatures of Exceptional Longevity in Humans. Science, 2010

domingo, 4 de julho de 2010

Estudantes do Ensino Médio não fazem exercícios

Estudo publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia mostra que quase metade dos jovens brasileiros tende a adotar comportamentos sedentários, sendo que os dias da semana e mesmo o gênero podem influenciar essa atitude.
O trabalho é de autoria de Maria Cecília Tenório, pesquisadora do Programa Associado de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade de Pernambuco e membro do Grupo de Pesquisa em Estilos de Vida e Saúde (Recife, PE), e colegas, e foi disponibilizado na edição de março de 2010 do periódico.
Os autores afirmam que para a coleta de dados foi realizado levantamento com 4210 estudantes do ensino médio. Esse estudo foi por sua vez conduzido como parte de um projeto denominado "Estilos de Vida e Comportamento de Risco à Saúde de Estudantes do Ensino Médio de Pernambuco", desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Estilos de Vida e Saúde da Universidade de Pernambuco. As informações foram obtidas no período de abril a outubro de 2006 e incluíram a aplicação de um questionário.
Entre os resultados do trabalho, os especialistas revelam que a maioria dos estudantes (65,1%) apresentou níveis insuficientes de atividade física.
Para os pesquisadores, os resultados do estudo permitem concluir que a prevalência de exposição a nível insuficiente de prática de atividades físicas é alta, particularmente entre as moças. Os rapazes, por sua vez, parecem estar mais expostos a comportamento sedentário.

Fonte: TENORIO, Maria Cecília Marinho et al. Atividade física e comportamento sedentário em adolescentes estudantes do ensino médio. Rev. Bras. Epidemiol. 2010, vol.13, n.1, pp. 105-117.

sábado, 3 de julho de 2010

Copa mexe com o coração dos torcedores

Duzentos e cinquenta e cinco eventos cardíacos foram contabilizados até a noite de quarta-feira (23/6) pela pesquisa “Estudo Copa, O coração do torcedor”, promovido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. São principalmente infartos, ocorridos por causa da emoção nos jogos da Copa. O caso mais marcante é de um homem que infartou durante o jogo entre Brasil e Costa do Marfim e continua internado na Unidade Coronariana do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo.

Só em São Paulo, onde o Hospital Sírio Libanês e o Dante Pazzanese já enviaram as informações pelo sistema “on-line”, foram registrados 112 casos, o que não quer dizer, entretanto, que todos foram causados pela emoção dos jogos. Apenas após a tabulação será possível identificar exatamente quais os casos em que os jogos da Copa foram o fator desencadeante do evento, diz Álvaro Avezum, um dos pesquisadores envolvidos no trabalho e que é presidente do Grupo de Estudos de Epidemiologia e Cardiologia Baseada em Evidências da SBC.

Os 255 casos foram atendidos desde o início da Copa por 10 dos 15 hospitais de vários Estados que aderiram à pesquisa “Estudo Copa - O coração do torcedor”, promovida pelo Funcor (Diretoria de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC). Dados dos demais hospitais estão chegando via eletrônica para serem tabulados.

“Por enquanto recebemos informações de 112 eventos em São Paulo, 58 atendidos em hospitais de Curitiba, 38 casos de Brasília, 9 de Divinópolis-MG, 30 do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, 4 de São José do Rio Preto e 4 de Campinas”, explica Avezum. Ele ressalva, porém, que são informações cruas, que precisam ser analisadas e tabuladas, e é importante comparar os números de pacientes atendidos durante os dias de jogos com a média de atendimentos de cada hospital antes da Copa, para medir o incremento.

As primeiras indicações, porém, são de que houve aumento sensível, diz o presidente do Grupo de Estudos em Cardiologia do Esporte da SBC, Nabil Ghorayeb, também um dos coordenadores da pesquisa. “Um hospital de São Paulo, que atende em média a 5 eventos cardiológicos por dia, no primeiro jogo do Brasil atendeu a 20”, diz ele.

O diretor do Funcor, Dikran Armaganijan, explica que o objetivo da pesquisa, semelhante à realizada na Copa anterior, na Alemanha, “é identificar o risco efetivo da emoção de um jogo causar um problema cardiovascular, informação vital para condicionar a prevenção na Copa de 2014, que será no Brasil”. Para isso foi preparado um questionário a ser preenchido com os dados de cada paciente, idade, risco cardiovascular, isto é, se é fumante, se tem pressão alta, por exemplo, a descrição do evento cardíaco, a ocasião em que ocorreu e o atendimento prestado.
“O estresse causado pela ansiedade durante um jogo pode provocar quatro tipos de eventos”, ensina Dikran, “uma angina instável, arritmia cardíaca, derrame ou infarto, elevação da pressão arterial”, e o estudo servirá também para orientar as autoridades para otimizarem a prevenção e a rapidez do atendimento aos torcedores nos eventos esportivos mais importantes e emocionais em nosso país. Afinal, teremos entre nós Olimpíada e Copa de Futebol entre outras competições internacionais nos próximos anos e o torcedor deverá ter segurança médica de primeiro mundo, lembra o médico.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia