terça-feira, 6 de novembro de 2012

Televisão faz mal à saude?


O tempo em frente à TV parece ser um sério problema para a saúde. Estudos têm demonstrado que esse comportamento sedentário pode ser prejudicial em todas as fases da vida. Segundo dados de uma pesquisa com mais de 1000 crianças inglesas de 10 e 11 anos de idade, crianças que passam muito tempo assistindo à televisão ou utilizando o computador apresentam maiores riscos de sofrerem problemas psicológicos.

Em outro estudo, uma revisão da literatura, publicada no ano passado, analisou-se o risco de incidência de algumas doenças em 236.700 pessoas. Os autores concluíram que ficar por um longo período sentado à frente da televisão representa um risco maior para o desenvolvimento de Diabetes tipo 2, Doenças Cardiovasculares e Mortalidade por causas variadas.

Mesmo indiretamente a TV tem influenciado no comportamento de crianças, como mostra um estudo recente, realizado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos e publicado na Revista Pediatrics. Tal estudo foi desenvolvido com 1.454 crianças de oito meses a oito anos, que passaram quatro horas por dia realizando atividades (brincando, comendo, estudando) em ambientes que tinham uma televisão ligada. Foi constatado que esse simples hábito pode ser prejudicial para a cognição e para o relacionamento da criança.

O hábito de assistir TV estimula, em crianças e adolescentes, o sedentarismo e o maior consumo de alimentos ricos em gorduras, aumentando assim o risco de desenvolverem excesso de peso e obesidade. É preciso políticas de incentivo à prática de hábitos saudáveis, como a realização de atividades físicas como caminhar, pedalar, dançar (por no mínimo 30 minutos diários), além é claro, do consumo de alimentos saudáveis.

Rodrigo Mateus Farias
Prof. de Educação Física
E-mail: mateusfarias@gmail.com.br

quinta-feira, 29 de março de 2012

Fique sentado e morra mais cedo

Um estudo de enorme alcance, que pesquisou a rotina de mais de 222 mil cidadãos australianos ao longo de três anos, passa uma mensagem bem clara sobre o hábito de passar muito tempo sentado: pessoas que passam mais de quatro horas diárias sobre uma cadeira são até 40% mais propensas a encurtar a própria vida.

É claro que este índice médio de 40%, conforme explicam os cientistas, só se aplica àqueles que realmente abusam do ato de sentar, passando mais de 11 horas por dia nesta posição. Entre oito e onze horas, a mesma taxa cai para 15%.

No entanto, ainda que os médicos estejam certos de que é desaconselhável ficar tanto tempo sentado, não se sabe exatamente porque isso é tão ruim. As principais evidências são as mesmas que se verificam no sedentarismo: exercícios físicos regulares têm efeitos positivos quanto aos triglicerídeos e a pressão sanguínea.

Ou seja, o principal prejuízo não é o fato de estar sentado em si, mas o de não se mover. Em uma sociedade onde a tecnologia nos facilita a vida, evitando cada vez mais que tenhamos que sair de casa para cumprir nossos afazeres, é cada vez mais complicado tornar o exercício físico algo rotineiro.

Fonte: http://hypescience.com/quem-fica-muito-tempo-sentado-morre-mais-cedo/

Referência bibliográfica: Hidde P. et al., Sitting Time and All-Cause Mortality Risk in 222 497 Australian Adults. Arch Intern Med. 2012;172(6):494-500

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Em forma com pouco exercício?

Um grupo de cientistas do Canadá questionou: qual é o mínimo de exercícios necessário para ficar em forma?
A resposta parece ser: muito menos do que a maioria de nós pensa – desde que estejamos dispostos a trabalhar um pouco.

Para provar essa ideia, os pesquisadores da Universidade McMaster reuniram recentemente vários grupos de voluntários. Um grupo era composto de homens e mulheres de meia-idade e sendentários, porém saudáveis. O outro consistia em pacientes de meia-idade e idosos que haviam sido diagnosticados com doença cardiovascular.

Os pesquisadores testaram a frequência cardíaca máxima de cada voluntário e o pico de potência em uma bicicleta ergométrica. Em ambos os grupos, os picos não foram muito elevados; todos os voluntários estavam fora de forma e, no caso dos pacientes cardíacos, indispostos. Mas eles, bravamente, concordaram em realizar um recém-criado programa de ciclismo.

Grande parte das pessoas já ouviu falar em intercalar atividades extenuantes com períodos de descanso. Quase todos os atletas competitivos fazem, estrategicamente, uma ou duas sessões de treinamento intercalado a cada semana para melhorar velocidade e resistência.

Mas os pesquisadores canadenses não queriam que os voluntários colocassem poucas sessões de atividades intercaladas nas rotinas dos exercícios normais. Em vez disso, os pesquisadores queriam que os grupos praticassem exclusivamente exercícios com intervalos.

Durante anos, muitas organizações têm recomendado que para ter uma boa saúde é preciso fazer 30 minutos ou mais de atividade contínua, um exercício de intensidade moderada, como uma caminhada, cinco vezes por semana.

Há vários anos, os cientistas McMasters testaram um treino punitivo, conhecido como treinamento intercalado de alta intensidade, que consistiu em 30 segundos de esforço a 100% na frequência cardíaca máxima da pessoa. Depois de seis semanas, estas sessões desgastantes produziram alterações fisiológicas nos músculos das pernas de homens jovens semelhantes as mudanças promovidas por longas horas de sessões semanais de ciclismo na bicicleta ergométrica, embora os exercícios realizados tenham gastado 90% menos tempo.

Reconhecendo, no entanto, que poucas pessoas estão dispostas ou têm condições de praticar exercício a todo vapor, os pesquisadores também desenvolveram um treino mais tranquilo, mas ainda de maneira cronometrada e abreviada. Esta rotina modificada consistia em um minuto de esforço intenso a cerca de 90% na frequência cardíaca máxima, seguido por um minuto de recuperação. O esforço e a recuperação são repetidos 10 vezes, em um total de 20 minutos.

Apesar do curto período de tempo deste programa, após várias semanas de prática, tanto os voluntários sedentários quanto os pacientes cardíacos apresentaram melhorias significativas na saúde e na forma física.

Os resultados foram especialmente notáveis em pacientes cardíacos. Eles apresentaram “melhorias significativas” no funcionamento dos vasos sanguíneos e coração.

Pode parecer contraditório que o exercício extenuante seria produtivo ou mesmo inteligente para pacientes cardíacos. Mas, até agora, ninguém desenvolveu problemas cardíacos por conta dos exercícios.
Referência: Macdonald MJ et al. Physiological adaptations to low-volume, high-intensity interval training in health and disease. 2012. J. Physiol. Jan 30

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Emagrecer pode ser contagioso!

Perda de peso é contagiosa? De acordo com um estudo recente, companheiros de equipe que participavam de uma competição de perda de peso influenciaram-se mutuamente de maneira significativa na perda de peso, sugerindo que a redução de quilogramas pode ter um efeito cascata.
Pesquisadores da Universidade de Brown descobriram que os membros da equipe não só alcançaram um resultado parecido na perda de peso, como também os participantes que disseram que seus companheiros de equipe desempenharam um grande papel na perda do peso realmente diminuíram mais de peso.

“Sabemos que a obesidade pode ser socialmente contagiosa, mas agora também sabemos que as redes sociais desempenham um papel importante na perda de peso, bem como, particularmente, baseados em equipes de competições de perda de peso”, disse a autora da pesquisa, Tricia Leahey. Segundo ela, o estudo revela que a perda de peso está claramente agrupada em equipes, o que sugere que colegas se influenciaram mutuamente, talvez por se sentirem responsáveis, por elaborarem expectativas de perda de peso e também pelo estímulo e apoio.

A obesidade continua a ser uma doença comum, grave e cara nos Estados Unidos. De acordo com o Centro de Controle de Doenças e Prevenção americano, cerca de 1/3 dos adultos norte-americanos são obesos, e nenhum Estado alcançou o objetivo de reduzir em 15% a obesidade da população. A obesidade e os problemas de saúde relacionados, incluindo doenças cardíacas e diabetes, continuam a ter um impacto econômico significativo no sistema de saúde dos EUA, custando ao país centenas de bilhões de dólares por ano.

Para promover os custos-benefícios atingidos com iniciativas de perda de peso, equipes de intervenções de perda de peso estão atuando nas redes sociais com o objetivo de aumentar a popularidade do programa e também como uma maneira de incentivar a perda de peso em grandes grupos de pessoas. O presente estudo é o primeiro a examinar os efeitos entre colegas e a influência social sobre a perda de peso individual durante uma dessas competições de perda de peso.

Durante 12 semanas, uma competição online de perda de peso foi realizada. Os participantes aderiam a uma equipe e podiam competir com outras equipes em três categorias: perda de peso, atividade física e contagem de passos. A competição de perda de peso reuniu 3.330 indivíduos com sobrepeso ou obesos (IMC de 31,2 ou mais), representando 987 equipes com uma média de 5 a 11 membros em cada. A maioria destes indivíduos estava matriculada nas três categorias.

Os resultados de perda de peso foram claramente determinados pela equipe a qual o indivíduo estava ligado. Os participantes que perderam quantidades clinicamente significativas de peso (pelo menos 5% do seu peso corporal inicial) tendem a ser das mesmas equipes, e estar em uma equipe com mais colegas nas categorias de perda de peso também foi associada com uma maior perda de peso. Os indivíduos que relataram níveis mais elevados da influência social do companheiro aumentaram suas chances de conseguir uma perda de peso clinicamente significativa em 20%. Este efeito foi mais forte do que qualquer outra característica da equipe.

Leahey conta que este é o primeiro estudo a mostrar que, nestas campanhas em equipes, quem está em sua equipe realmente importa. Para ela, o fato de estar rodeado por outros com objetivos de saúde semelhantes aos seus, todos trabalhando para conseguir a mesma coisa, pode ter realmente ajudado as pessoas nos seus esforços para perder peso.

No entanto, Leahey observou que características individuais também estavam associadas com os resultados de peso. Os indivíduos obesos apresentaram maior porcentagem de perda de peso do que os participantes com sobrepeso. Os líderes das equipes também perderam mais peso do que os demais membros, possivelmente devido a sua maior motivação e engajamento na campanha. Leahey diz que as futuras competições de perda de peso em equipe podem passar a exigir o compartilhamento do papel de liderança entre os membros.

“Somos todos influenciados pelas pessoas ao nosso redor, por isso, se podemos aproveitar essa pressão positiva e essas influências sociais positivas, podemos criar um ambiente social que incentive a perda de peso”, diz ela

Fonte: http://hypescience.com/estudo-diz-que-emagrecimento-e-contagioso/

Referência: LaRose JG. et al. Obesity. 9 February 2012 online

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Como os músculos do nosso corpo crescem?

Como qualquer fisiculturista pode comprovar, os músculos crescem quando fazemos mais exercícios e musculação. Agora, uma nova pesquisa explica como as células musculares transformam os exercícios de levantamento de peso e outras atividades físicas em mais massa muscular.
O segredo está na química produzida pelas células musculares durante atividades como levantamento de peso, quando sinais de células-tronco musculares se multiplicam e assumem a carga.

Uma substância, chamada de fator de resposta ao soro sanguíneo (SRF, na sigla em inglês), aciona as células-tronco musculares para que se proliferem e se transformem em fibras musculares. Mais fibras musculares significam maiores músculos e mais força.

As descobertas podem levar a novas formas de combater a atrofia muscular associada à idade e doenças, de acordo com cientistas franceses. Esse sinal de fibra muscular controla o comportamento das células-tronco e o crescimento muscular.

Usando ratos que foram geneticamente modificados, com falta de SRF nos músculos, pesquisadores descobriram que sem a substância, o sobrecarregamento dos músculos não impulsiona o crescimento deles.


Referência bibliográfica: Guerci A. et al. Srf-Dependent Paracrine Signals Produced by Myofibers Control Satellite Cell-Mediated Skeletal Muscle Hypertrophy. Cell Metabolism. 2012;15(1):25-37