quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Exercício reduz vontade de comer

Exercícios recuperam o funcionamento dos hormônios insulina e leptina

Um estudo brasileiro realizado com roedores revelou mais um bom motivo para que obesos pratiquem exercícios físicos. Além de queimar calorias, a atividade reduz a vontade de se alimentar. Isso ocorre porque os exercícios recuperam o funcionamento dos hormônios insulina e leptina, essenciais para a sensação de barriga cheia após uma refeição.

O excessivo consumo de alimentos, aliado à falta de atividades físicas, desencadeia uma forma invisível de inflamação (sem dor ou vermelhidão), mas cujos mecanismos são parecidos com os de uma inflamação normal.

Cientistas da Unicamp investigaram como o exercício afetaria essa inflamação ligada à obesidade. Para isso, estudaram o hipotálamo, região do cérebro que monitora aquisição e gasto de energia.

O exercício agudo recupera a condição inicial do organismo e pode ser usado para regular o sistema de saciedade — diz Eduardo Ropelle, um dos autores do estudo.

Referência: Ropelle, E.R. et al. IL-6 and IL-10 Anti-Inflammatory Activity Links Exercise to Hypothalamic Insulin and Leptin Sensitivity through IKKβ and ER Stress Inhibition. Plos Biology. 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ter irmãos atrasa o amadurecimento das meninas

Novas descobertas demonstram que, em uma família com filhos de ambos os sexos, os meninos podem atrasar o início do desenvolvimento e da atividade sexual de suas irmãs. As pesquisas foram realizadas na Austrália.


Depois de entrevistar 273 pessoas, os cientistas concluíram que a presença de irmãos mais velhos parece retardar o aparecimento da menstruação nas meninas, em média, por quase um ano. No caso dos irmãos mais jovens, eles parecem adiar o início da atividade sexual em mulheres pouco mais de um ano.

O motivo disso ainda é desconhecido. Os pesquisadores excluíram fatores como classe social; em vez disso, eles especulam que os irmãos mais velhos possam atrasar a maturação fisiológica das irmãs por absorver mais recursos dos pais ou pela tensão psicológica que se cria entre eles. Ao mesmo tempo, irmãos mais novos podem atrasar a maturação comportamental das meninas exigindo que suas irmãs mais velhas assumam papéis de mães, cuidando deles.

Outras estatísticas das mulheres, como o número de gestações, idade da primeira gravidez e nascimento do primeiro filho, não parecem ser afetadas pela presença de irmãos. Isso pode ser devido à independência das mulheres contemporâneas. Às vezes, elas começam a experimentar tal independência muito antes de terem filhos, segundo os investigadores. Durante esse período, elas coletam experiência e conhecimento para criar uma boa família no futuro, superando os efeitos negativos da presença de irmãos.

Pesquisas futuras devem se concentrar em determinar como e por que os irmãos atrasam o início da maturidade sexual e da atividade sexual de suas irmãs.

Referência: Milne, F.H., Judge, D.S. Brothers delay menarche and the onset of sexual activity in their sisters. Proc. R. Soc. Biological. 2010


MATURAÇÃO SEXUAL será assunto de Tema Livre no 33 Simpósio Internacional de Ciências do Esporte

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Passar de sedentário a ativo requer cuidados

A prática de exercícios físicos diários é muito importante e traz benefícios como a manutenção da saúde muscular, óssea e dos níveis glicêmicos, além de elevar a auto-estima e diminuir o estresse acumulado. A Secretaria de Estado da Saúde, por intermédio do programa Agita São Paulo, incentiva o acúmulo de 30 minutos de atividades físicas diárias, durante cinco dias da semana.

No entanto, para sair do sedentarismo e iniciar uma rotina de atividades físicas regulares são necessários alguns cuidados. Por isso, a pasta preparou algumas dicas para evitar problemas como dores pelo corpo no dia seguinte e distensões musculares.

Exercícios de alta intensidade, como corridas de longa distância ou o famoso futebol com os amigos, sem preparação prévia, podem levar a lesões musculares e ósseas. Por isso, o ideal é adaptar-se aos poucos, com atividades de intensidade leve ou moderada, e torná-las um hábito.

Para incorporar a atividade física no cotidiano não são necessárias grandes mudanças ou a aquisição de equipamentos caros. O importante é ter vontade, assumir o compromisso e mudar o comportamento.

“A pessoa deve ter em mente que praticar exercícios físicos regulares é benéfico para a vida inteira. Mudanças simples no cotidiano, como subir escadas e ir a pé ao mercado, podem fazer muita diferença”, afirma Timóteo Araújo, professor do Programa Agita São Paulo.

O professor alerta, ainda, para a preocupação excessiva das pessoas com a aparência do corpo. “Começar a praticar exercícios físicos de alta intensidade visando apenas o aumento de massa muscular ou a diminuição do peso não é o ideal, só aumentam as chances de lesões. A evolução da intensidade deve ser de forma gradual”, observa.

Dicas para iniciar rotina de exercícios físicos sem dores:

- Comece andando por pelo menos 30 minutos todos os dias de forma contínua ou acumulada;

- Acumular 3 mil passos com caminhada ao trabalho, ao refeitório ou à escola (pode-se usar um contador de passos para auxiliar), totalizando 10 mil passos ao final do dia;

- Fazer exercícios em sessões de 10 minutos a cada 4 horas, utilizando todos os períodos do dia;

- Praticar exercícios sempre de forma confortável, usando roupas leves;

- Procure cantar ou conversar durante os exercícios. Isso os deixa mais prazerosos.

- Não copie ninguém. Mesmo que duas pessoas comecem a praticar exercícios juntas, há diferenças na capacidade de adaptação;

- Não ultrapassar os limites do corpo. Se sentir dores enquanto pratica o exercício ou no dia seguinte é sinal de exagero. Diminua a intensidade.

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Exercício físico na adolescência diminui a vontade de usar cocaína na juventude

Pelo menos é o que sugerem os pesquisadores do U.S. Department of Energy’s Brookhaven National Laboratory. Eles fizeram um estudo com ratos jovens e ratos adultos e perceberam que a atividade física durante a adolescência pode ser uma arma contra o abuso de cocaína no futuro.
“Este é o primeiro passo para tentar entender a conexão entre os exercícios e o abuso de substâncias”, afirmou o neurocientista Panayotis (Peter) Thanos, o autor principal do estudo. “Nós queremos ver como o exercício manipulado impactará a susceptibilidade do abuso de drogas e da dependência”.
Os exercícios melhoram o processo cerebral da dopamina, a substância química ligada às sensações de prazer e de recompensa. A idéia é ver se os efeitos na adolescência podem afetar as atitudes no começo da idade adulta. “A adolescência é um estágio de desenvolvimento importante no qual o exercício tem um papel-chave tanto no desenvolvimento cerebral quanto na química do cérebro”, explicou Thanos.
Na experiência, alguns ratos viveram no sedentarismo e outros passaram por uma rotina de 5 dias de exercícios por semana durante 1 mês e meio. Os dois grupos receberam injeções de cocaína e de solução salina durante este tempo e foram observados por mais várias semanas. Aqueles que fizeram exercícios demonstraram um desejo muito menor pela droga.
Dado curioso: diferentemente dos ratos, as ratas exibiram maior preferência da droga, fazendo exercício ou não. Isto corrobora com pesquisas anteriores que diziam que as mulheres eram mais suscetíveis ao vício do que os homens.

Referência: Thanos et al., Chronic forced exercise during adolescence decreases cocaine conditioned place preference in Lewis rats. Behavioural Brain Research. 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Dormir demais pode ser prejudicial

Nove por cento dos entrevistados que dormiam nove horas ou mais por dia, aumentaram em 1,5 vezes o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

Dormir bastante não é garantia de organismo descansado, bem-disposto. Pelo contrário: sono em excesso pode indicar um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares, segundo um estudo feito pelo Centro de Controle de Doenças, órgão ligado ao governo dos Estados Unidos com 30.397 entrevistados.

A novidade da pesquisa, divulgada na terça-feira pela revista Sleep, é o aumento da incidência de doenças em quem passa das nove horas diárias de sono - uma frente de pesquisa que começa a ser investigada também pelos médicos brasileiros. Tradicionalmente, era a privação de sono que aparecia associada a eventos cardiovasculares na literatura médica, diz o neurologista do Instituto do Sono, da Universidade Federal de São Paulo, Luciano Ribeiro Pinto Júnior. "Agora, dormir demais também se mostra desinteressante para a saúde."

Na pesquisa americana, 9% dos entrevistados (2.735) que dormiam nove horas ou mais por dia tiveram risco 1,5 vezes maior de desenvolver doenças cardiovasculares do que os que dormiam entre sete e oito horas - período considerado o ideal para descanso. Cerca de 8% dos entrevistados (2.431) que dormiam menos de cinco horas tiveram essa possibilidade aumentada em 2,2 vezes. Apneia do sono e obesidade também estão relacionados a horas de sono em excesso. "A qualidade do sono é um indicador da qualidade de vida e da saúde do indivíduo", afirma o presidente do Departamento de Neurologia da Associação Paulista de Medicina, Rubens Reimão.

Para os especialistas, dormir menos ou demais não é doença. "Não é o sono que mata, mas sim o que causa pouco ou muito sono", explica o neurofisiologista do Laboratório do Sono do Hospital das Clínicas, Flávio Áloe. Os médicos ainda investigam a ligação entre dormir muito e o aparecimento de doenças. "Sabemos que dormir pouco pode liberar substâncias no organismo e gerar mais stress. Não sabemos, porém, os efeitos no organismo de dormir muito", complementa a especialista em medicina do sono da Associação Brasileira do Sono, Luciana Palombini.

Referência: Sabanayagam C; Shankar A. Sleep duration and cardiovascular disease: results from the National Health Interview Survey. SLEEP 2010;33(8):1037-1042.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Dia dos pais divertido

Em comemoração ao Dia dos Pais, as secretarias municipal e estadual da saúde, em conjunto com a Secretaria Municipal de Esportes, realizarão no próximo sábado (7) uma feira da saúde voltada exclusivamente ao público masculino.

Para divulgar a iniciativa, a SES produziu o vídeo acima, convocando pais e filhos a participarem.

O evento acontecerá no Parque Esportivo dos Trabalhadores do Tatuapé, a partir das 9h, e, além de esclarecer dúvidas sobre alimentação saudável, diabetes, hipertensão e doenças sexualmente transmissíveis, oferecerá shows, atividades esportivas, exposição de carros antigos, presença de atletas de todos os tempos e sorteio de ingressos para o museu do futebol.

Se você é um filho nota 10, leve seu pai lá. Vai ser um Dia dos Pais saudável e divertido.

O PET do Tatuapé fica na Rua Canuto de Abreu, s/n.

http://saudeemacao.blogspot.com/2010/08/se-voce-e-um-filho-nota-10-leve-seu-pai.html

Funcionários obesos tiram mais licença médica

Segundo um novo estudo, pessoas obesas tiram mais dias de folga no trabalho por doença do que as mais magras. Os resultados mostram que indivíduos obesos tiraram quatro dias de licença médica a mais por ano, em média, do que aqueles com um peso saudável.
A obesidade é conhecida por aumentar o risco de muitas doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Então, talvez não seja surpreendente que os indivíduos obesos necessitam de mais licença médica, especialmente ausências de longa duração. No entanto, o estudo também constatou que a obesidade aumenta o risco para as ausências de curta duração – o tempo que alguém poderia tirar se pegasse uma gripe, por exemplo.
O trabalho sugere que a atual epidemia de obesidade nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos podem ter custos econômicos além de apenas aumentar as contas médicas. Os pesquisadores esperam que os resultados possam estimular os empregadores a tomar medidas para incentivar seus funcionários a perder peso. Demonstrar o custo econômico para suportar a obesidade entre os seus trabalhadores pode motivar os empregadores a se envolverem na reflexão sobre este problema.
No entanto, já que o estudo foi realizado em um grupo específico de trabalhadores no Reino Unido, os resultados podem não necessariamente se aplicar a outras populações. Os pesquisadores analisaram dados de 625 trabalhadores de um sistema de transporte público de Londres. Os trabalhadores dirigiam ou controlavam trens, e foram sujeitos a exames regulares de saúde.
Os indivíduos tiveram sua altura e peso medidos entre 2004 e 2005, e foram acompanhados durante esse período. Eles foram considerados obesos se tivessem um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais. O IMC é uma relação entre a altura de uma pessoa e seu peso, e é considerado um indicador de gordura corporal.
Os trabalhadores obesos tiraram uma média de nove dias fora do trabalho por ano, enquanto indivíduos com peso saudável tiraram uma média de cinco dias. A obesidade aumentou o risco para licenças de longa duração (mais de 10 dias) e de curta duração também.
Os pesquisadores, então, levaram em conta outros fatores que poderiam influenciar o absentismo, inclusive se o indivíduo tinha problemas psiquiátricos, obesidade relacionada com problemas médicos (como diversas doenças crônicas), ou se eles estavam insatisfeitos com seu trabalho ou gerente.
Para a maior parte, as faltas de longa duração entre os indivíduos obesos pareciam ser devidas a problemas médicos. No entanto, a ligação entre a obesidade e as ausências de curta duração independia de problemas médicos, psiquiátricos ou satisfação no trabalho.
Os pesquisadores ainda não sabem ao certo por que pessoas obesas têm um risco mais elevado de se ausentar em curto prazo, mas eles têm algumas especulações: pode ser que as pessoas obesas sejam mais suscetíveis a infecções e demoram mais tempo para se recuperar delas, ou pode ser que os indivíduos obesos lidem com os sintomas de doenças de maneiras diferentes aos de peso saudável.

Artigo: Harvey, S.B. et al, Obesity and sickness absence: results from the CHAP study. Occupational Medicine 2010;60:362–368