Segundo um novo estudo, pessoas obesas tiram mais dias de folga no trabalho por doença do que as mais magras. Os resultados mostram que indivíduos obesos tiraram quatro dias de licença médica a mais por ano, em média, do que aqueles com um peso saudável.
A obesidade é conhecida por aumentar o risco de muitas doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Então, talvez não seja surpreendente que os indivíduos obesos necessitam de mais licença médica, especialmente ausências de longa duração. No entanto, o estudo também constatou que a obesidade aumenta o risco para as ausências de curta duração – o tempo que alguém poderia tirar se pegasse uma gripe, por exemplo.
O trabalho sugere que a atual epidemia de obesidade nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos podem ter custos econômicos além de apenas aumentar as contas médicas. Os pesquisadores esperam que os resultados possam estimular os empregadores a tomar medidas para incentivar seus funcionários a perder peso. Demonstrar o custo econômico para suportar a obesidade entre os seus trabalhadores pode motivar os empregadores a se envolverem na reflexão sobre este problema.
No entanto, já que o estudo foi realizado em um grupo específico de trabalhadores no Reino Unido, os resultados podem não necessariamente se aplicar a outras populações. Os pesquisadores analisaram dados de 625 trabalhadores de um sistema de transporte público de Londres. Os trabalhadores dirigiam ou controlavam trens, e foram sujeitos a exames regulares de saúde.
Os indivíduos tiveram sua altura e peso medidos entre 2004 e 2005, e foram acompanhados durante esse período. Eles foram considerados obesos se tivessem um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais. O IMC é uma relação entre a altura de uma pessoa e seu peso, e é considerado um indicador de gordura corporal.
Os trabalhadores obesos tiraram uma média de nove dias fora do trabalho por ano, enquanto indivíduos com peso saudável tiraram uma média de cinco dias. A obesidade aumentou o risco para licenças de longa duração (mais de 10 dias) e de curta duração também.
Os pesquisadores, então, levaram em conta outros fatores que poderiam influenciar o absentismo, inclusive se o indivíduo tinha problemas psiquiátricos, obesidade relacionada com problemas médicos (como diversas doenças crônicas), ou se eles estavam insatisfeitos com seu trabalho ou gerente.
Para a maior parte, as faltas de longa duração entre os indivíduos obesos pareciam ser devidas a problemas médicos. No entanto, a ligação entre a obesidade e as ausências de curta duração independia de problemas médicos, psiquiátricos ou satisfação no trabalho.
Os pesquisadores ainda não sabem ao certo por que pessoas obesas têm um risco mais elevado de se ausentar em curto prazo, mas eles têm algumas especulações: pode ser que as pessoas obesas sejam mais suscetíveis a infecções e demoram mais tempo para se recuperar delas, ou pode ser que os indivíduos obesos lidem com os sintomas de doenças de maneiras diferentes aos de peso saudável.
Artigo: Harvey, S.B. et al, Obesity and sickness absence: results from the CHAP study. Occupational Medicine 2010;60:362–368
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
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