domingo, 28 de novembro de 2010

Passar muito tempo sentada aumenta risco de câncer ginecológico

Não importa a dose, o exercício físico sempre é um bom remédio para evitar vários tipos de câncer, em especial os ginecológicos, como o de endométrio. Ficar muito tempo sentada, por outro lado, está se consolidando como um fator de risco para estas mesmas doenças femininas.
O Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos fez uma revisão de mais de 14 estudos sobre este câncer, em análises que envolviam 3.460 pessoas com a doença, concluídos entre 2007 e 2010. A revisão, publicada no British Journal of Cancer – uma das publicações mais importantes da medicina – traz dados animadores sobre a influência positiva da atividade física na prevenção do câncer.
Por outro lado, os dados também revelam que passar muito tempo sentada – entre 6 e 9 horas – seja no trabalho ou em frente à televisão influenciam negativamente no desenvolvimento de tumores no endométrio, a membrana que envolve o útero e faz as mulheres “sangrarem” uma vez por mês durante a menstruação.
A análise
Em todas as análises revisadas pelo Instituto do Câncer foi constatado que o exercício reduz em até 40% o risco de desenvolver tumor de endométrio, descontadas as influências genéticas e de hábitos de vida como tabagismo. Segundo a publicação, não é possível estimar ao certo qual a quantidade ideal de atividade física, mas em todos os estudos analisados ficou evidente que 20 minutos diários de atividades, repetidas por pelos menos cinco dias por semana já são suficientes para diminuir a probabilidade de desenvolver a doença e evitariam que 22% dos tumores malignos fossem desenvolvidos. A ressalva é que é preciso ficar um pouco ofegante durante os exercícios.
A publicação diz que a hipótese mais plausível para a influência benéfica do fim do sedentarismo é que as caminhadas, corridas, ginástica ou o pilates (só para citar alguns exemplos) são bons controladores da produção de hormônios que facilitam o ganho de peso e impulsionam o câncer de endométrio.
“Os exercícios reduzem os níveis de estradiol e aumentam os níveis de globulina, um hormônio sexual”, afirma o estudo. “As mulheres que mantêm um peso corporal saudável tendem a ter níveis mais baixos de estrogênio e, portanto, menos risco deste câncer”, concluem os autores.
Potencializadores
A mesma revisão de estudos constatou que diminuir as horas passadas sentada potencializaria os efeitos benéficos do exercício físico e evitaria 34% dos registros da doença. A hipótese é que a posição exigida no trabalho, no trânsito ou em casa facilitaria a produção de hormônios relacionados ao colesterol e o risco de câncer de endométrio. Pelas publicações, o período superior a seis horas já aumenta os riscos, mas o perigo é mesmo constatado nas mulheres que permanecem mais de 9 horas diárias sentadas: se são inativas, têm duas vezes mais possibilidade de ter este tumor do que aquelas que são ativas e passam menos de 3 horas sentadas por dia.

Referência: Moore SC et al. Physical activity, sedentary behaviours, and the prevention of endometrial cancer. British Journal of Cancer. 2010; 103, 933 – 938

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Exercício com música diminui as quedas entre idosos

A dança deixa o passo mais firme e pode melhorar a movimentação do corpo

Um grupo de idosos suíços recebeu a proposta de incrementar sua rotina de exercícios semanais - com música. Ao som de piano durante seis meses, eles conseguiram reduzir o número de quedas pela metade. Isso porque a música firma o passo e melhora muito o balanço e a movimentação do corpo.

Para a experiência, a equipe de Andrea Trombetti, da Faculdade de Medicina de Geneva, selecionou 134 pessoas na faixa etária dos 75 anos. Os voluntários foram submetidos a sessões de atividades físicas uma vez por semana, ao longo de seis meses. Uma parte deles teve que coordenar a atividade com músicas de piano. Os treinos incluíam andar no tempo da música e responder a mudanças de ritmo, que ficavam gradualmente mais difíceis.

Ao fim do estudo, o grupo que seguiu o treinamento normal sofreu um total de 54 quedas - o que representa uma taxa de 1,6 queda por pessoa/por ano. Já entre os que praticaram exercício com música, esse número caiu para 0,7 (24 tombos). Quando os grupos foram trocados, em uma repetição da experiência, o porcentual de quedas também se inverteu.

Os cientistas concluíram, portanto, que a experiência "sugere que esse programa pode ser útil para prevenção de quedas e a reabilitação em comunidades, como centros para idosos". Resta saber se os homens aceitarão dançar ao ritmo da música, já que apenas seis dos voluntários não eram mulheres. A pesquisa foi publicada no jornal Archives of Internal Medicine.

Referência: Andrea Trombetti et al. Effect of Music-Based Multitask Training on Gait, Balance, and Fall Risk in Elderly People. Arch Intern Med. Published online November 22, 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Baixinhos gastam mais energia na caminhada

Cientistas criaram uma nova equação que prevê quantas calorias as pessoas gastam enquanto caminham – segundo eles o impacto corporal é importante para essa medida, então a altura das pessoas deve ser levada em consideração.

O peso corporal, como você pode imaginar, também é importante, já que influencia no impacto também. Essa nova equação poderá ser usada em aparelhos que medem as calorias por passo, como pedômetros. Mas, mais importante, mostra que aquelas tabelas que “generalizam” a quantidade de calorias que as pessoas queimariam em cada atividade física podem estar erradas.

O estudo mostrou que crianças e pessoas mais baixas gastam mais “energia por quilo” do que outras pessoas. Então os cientistas analisaram voluntários de 5 a 32 anos e pediram para que eles caminhassem em velocidades de 0,4 metros por segundo a 1,9 metros por segundo. O peso dos voluntários variava de 15 a 88 quilos e sua altura de 1,10 metros a 1,80.

Os resultados mostraram que cada passo fazia com que eles gastassem a mesma quantidade de energia. Mas como pessoas mais baixas e crianças precisam dar mais passos para cobrir a mesma distância do que pessoas altas, elas acabam queimando mais calorias “por quilo”. Em outras palavras, como pessoas mais altas dão menos passos, elas gastam menos energia para cada quilo do seu corpo.

Referência: Weyand P.G. et al., The mass-specific energy cost of human walking is set by stature. J. Exp. Biol. 2010 213: 3972-3979

domingo, 14 de novembro de 2010

Tendência Secular de 10 e 20 anos da Maturação Sexual de Escolares do Município de Ilhabela

Rodrigo Mateus Farias, Sandra Marcela Mahecha Matsudo, Victor Keihan Rodrigues Matsudo - Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul – CELAFISCS, São Caetano do Sul – SP e-mail: mateusfarias@gmail.com

Objetivo: verificar a tendência secular da maturação sexual de escolares de 11 a 15 anos, ao longo de 10 e 20 anos. Métodos: a amostra foi constituída por 1002 escolares com idade entre 11 e 15 anos, sendo 536 meninos (12,6+1,3) e 466 meninas (12,5+1,2), participantes do Projeto Longitudinal de Crescimento e Desenvolvimento de Ilhabela. Os critérios de inclusão foram: (a) idade entre 11 e 15 anos completos; (b) ficha de avaliação para maturação sexual completa; (c) pertencerem as escolas públicas do município de Ilhabela participantes do projeto. O período de avaliação dos alunos aconteceu nos anos de 1990/1991 (inicial), 2000/2001 (10 anos) e 2009/2010 (20 anos). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética - UNIFESP CEP 0056/10. Para a coleta dos dados utilizou-se do método da auto-avaliação proposta por MATSUDO S. e MATSUDO V. (1994), com a utilização das pranchas de TANNER (1962). A idade de menarca (mês e ano) foi coletada pelo método retrospectivo. Para a análise dos dados foram utilizados ANOVA “one-way”, “post-hoc” de Tukey e o delta percentual (Δ%). O nível de significância foi de p<0,01. Resultados: A idade de menarca inicial foi: 12,5+1,2; aos 10 anos: 12,3+1,0 e aos 20 anos: 12,2+1,0. Apesar da diminuição da idade de menarca durante os períodos analisados a diferença não foi significante. Houve diferença significante nos genitais (G4) e pelos púbicos (P3) dos meninos após 10 e 20 anos. Não ocorreu diferença significante nos estágios maturacionais das meninas, no mesmo período de estudo.
Conclusão: A tendência secular nos meninos foi positiva unicamente nos estágio 4 de genitais e 3 de pelos púbicos no período de 10 e 20 anos. Nas meninas a idade de menarca e os estágios de maturação sexual de mamas e pelos púbicos foi nula no período de 10 e 20 anos.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Criança que vê mais TV come mais besteira

Crianças que assistem mais à televisão consomem mais doces e guloseimas e têm maior risco de ficarem obesas, de acordo com a conclusão de um estudo feito pela nutricionista Renata Alves Monteiro, da UnB (Universidade de Brasília).
A pesquisadora, do grupo de estudo do comportamento do consumidor da universidade, seguiu hábitos alimentares de 330 crianças de 9 a 12 anos de escolas públicas e particulares do Distrito Federal, em dois estudos.
No primeiro, fez um questionário sobre as preferências alimentares e o tempo médio de televisão de cada criança. No segundo, dividiu as crianças em três grupos e as submeteu a programas de TV com ou sem comerciais. Depois, repetiu o questionário e cruzou os dados.
A conclusão é que duas horas de televisão são suficientes para interferir nas escolhas das crianças. "Aquelas que assistiam mais televisão tiveram uma preferência maior por guloseimas", diz.
Monteiro é uma das autoras de outra pesquisa, feita em 11 países, que avaliou 12.618 comerciais. Desses, 67% eram de produtos com muita gordura, muito sal ou muito açúcar.
O estudo foi publicado no periódico "American Journal of Public Health" e coordenado pelo Conselho de Câncer da Austrália.
"No Brasil, 95% das propagandas para crianças são de alimentos não saudáveis. Isso tem uma relação direta com o aumento da obesidade", diz Monteiro.
Para a psicóloga Patricia Spada, da Universidade Federal de São Paulo, as crianças até sabem diferenciar o que é saudável do que não é. Mas, na hora de escolher, elas são seduzidas pelas estratégias de marketing.
"A comida vira um brinquedo. Se a bolacha dá risada e é divertida, isso encanta a criança", afirma.

Referência: Bridget Kelly et al. Television Food Advertising to Children: A Global Perspective. Am J Public Health, Sep 2010; 100: 1730 - 1736

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Exercício físico ajuda a prevenir resfriados

Manter o corpo em forma fortalece o sistema imunológico

Praticar exercícios físicos com regularidade pode ser um das maneiras mais simples de se prevenir contra resfriados. Isso porque manter o corpo em forma não é uma questão meramente estética. De acordo com um artigo publicado no British Journal of Sports Medicine, a atividade física é responsável ainda por fortalecer o sistema imunológico contra organismos invasores.

Em adultos, o resfriado pode aparecer de duas a cinco vezes por ano. Para os cientistas, essa variação está diretamente relacionada ao estilo de vida de cada um. As atividades recomendadas, no entanto, não precisam muito severas - basta que você se sinta em forma e saudável. “Praticar exercícios físicos nos faz sentir melhor e agora há ainda mais evidências que comprovam isso”, diz Steve Field, diretor do Royal College of General Practitioner.

Do estudo participaram 1.000 voluntários, que foram questionados sobre estilo de vida, dieta e situações de estresse. Todos tiveram de manter um registro detalhado sobre resfriados, tosses, espirros e prática de exercícios. Homens casados e mais velhos tiveram uma frequência menor de resfriados, já que tem tendência a comer mais frutas. Mas foram as atividades físicas que se mostraram mais importantes na prevenção do resfriado. Aqueles que se sentiam em forma e eram ativos tinham um risco reduzido em até 50% de ficarem gripados. E, mesmo quando sucumbiam ao vírus, seus sintomas eram bem inferiores aos dos demais.

Referência: Nieman DC et al. Upper respiratory tract infection is reduced in physically fit and active adults. Br J Sports Med. 2010.