quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ESTADO COGNITIVO E CAPACIDADE FUNCIONAL DE MULHERES

Rafael Benito Mancini, Rosangela Villa Marin, Sandra Matsudo. Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul - Projeto Longitudinal de Envelhecimento e Aptidão Física de São Caetano do Sul.
E-mail: mancini.rafael@gmail.com; celafiscs@celafiscs.org.br

Introdução: durante o processo de envelhecimento ocorrem alterações no estado cognitivo que podem estar associados a força muscular e a capacidade funcional.

Objetivo: relacionar o estado cognitivo com medidas antropométricas, capacidade funcional e a força muscular de mulheres acima de 50 anos de idade fisicamente ativas

Métodos: foram avaliadas 155 mulheres com idade entre 50 e 88 anos (68,44 +7,63 anos) participantes de aulas de ginástica aeróbica 2 vezes na semana pertencentes ao Projeto Longitudinal de Envelhecimento e Aptidão Física de São Caetano do Sul desenvolvido pelo CELAFISCS desde 1997.

O estado cognitivo foi mensurado pelo mini-exame de estado mental - MEEM (Folstein e col.,1975), as variáveis antropométricas analisadas foram a massa corporal total, a estatura, o ìndice de massa corporal (IMC), a adiposidade através da média de três dobras cutâneas (triceps, subescapular e suprailíaca), a circunferência da cintura e a relação cintura-quadril, a força muscular foi avaliada pelo teste de preensão manual e impulsão vertical.

A capacidade funcional foi avaliada pelos testes de equilibrio estático, velocidade de levantar da cadeira, velocidade de andar, velocidade máxima de andar e a agilidade propostos por Matsudo S (2004). A análise estatística utilizada para o teste de normalidade foi o teste de Kolmogorov Smirnov, e para relacionar o estado cognitivo com as variáveis antropométricas, força muscular e capacidade funcional foi usada a correlação linear de Spearman.

O nível de significância adotado foi de p<0,05.
Resultados: os valores da correlação (r) estão descritos na tabela:


Foram encontradas associações fracas e significantes do estado cognitivo com a idade, equilíbrio estático e velocidade de andar. Nas variáveis de estatura e impulsão vertical foram encontradas associações consideradas baixas.

Conclusão: o estado cognitivo tem associação com a capacidade funcional em mulheres fisicamente ativas.

sábado, 16 de outubro de 2010

Caminhar ajuda a preservar o cérebro na velhice

Caminhar pelo menos dez quilômetros pode ser uma das coisas que as pessoas podem fazer para impedir que seus cérebros encolham e combater a demência, disseram pesquisadores nos Estados Unidos.
Um estudo de cerca de 300 pessoas em Pittsburgh, que registraram seus hábitos de caminhada, mostrou que os que andavam pelo menos dez quilômetros tinham um encolhimento cerebral ligado à idade menor que o de pessoas que andavam menos.
"O cérebro encolhe na fase mais avançada da idade adulta, o que pode causar problemas de memória. Nossos resultados encorajam a realização de testes para verificar se exercício físico em pessoas mais velhas são uma abordagem promissora contra demência e Alzheimer", disse Kirk Erickson, da Universidade de Pittsburgh. O trabalho aparece na revista Neurology.
A equipe de Erickson fez o estudo para ver se pessoas que andam muito poderiam combater melhor as doenças da idade.
Foram estudados 299 voluntários que entraram na pesquisa sem sofrer de demência, e que registraram suas caminhadas.
Nove anos depois, cientistas fizeram varreduras do cérebro para medir o volume do órgão. Depois de outros quatro anos, foram feitos testes para ver se algum participante sofria de limitações cognitivas ou demência.
Descobriu-se que as pessoas que caminhavam em torno de dez quilômetros por semana tinham metade do risco de sofrer de problemas de memória que os demais.

Referência: Erickson K.I. et al., Physical activity predicts gray matter volume in late adulthood. Neurology. 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tempo de TV e PC prejudicam crianças

Crianças que passam muitas horas por dia na frente de uma tela têm mais risco de sofrer problemas psicológicos, mesmo que mantenham atividade física intensa, indicou um estudo publicado nesta segunda-feira pelo jornal americano Pediatrics.

Pesquisadores da universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, perguntaram a 1.013 crianças de 10 e 11 anos quanto tempo passam por dia jogando video-games ou assistindo televisão. As respostas variaram entre zero e cinco horas.

As crianças também responderam a um questionário para determinar seu estado psicológico. Além disso, receberam um aparelho, que deveriam usar durante uma semana na cintura para medir a intensidade da atividade física realizada.

De acordo com os pesquisadores, as crianças que passavam duas ou mais horas por dia na frente de uma tela eram mais hiperativas, tinham mais dificuldades em se relacionar socialmente e mais problemas emocionais do que aquelas que passavam menos tempo - embora fossem fisicamente mais ativos.

Até agora, estudos demonstravam que as crianças fisicamente mais ativam compensavam os efeitos negativos das horas passadas em frente a uma tela, e muitos pais acreditam que os filhos podem passar o tempo que quiserem vendo TV ou jogando, desde que compensem se exercitando, destacou o jornal médico.
Referência: Page A.S et al., Children's Screen Viewing is Related to Psychological Difficulties Irrespective of Physical Activity. Pediatrics, 2010.